É como ter uma plateia formada por ursinhos de pelúcia.
Quem compra seguidores fala para um público que não existe.
Se você ainda não sabe, existem pessoas que “turbinam” a rede social com seguidores falsos. São robôs comprados apenas para fazer número.
É uma mentira, claro. Quem age assim sabe que está se afogando numa piscina de bolinhas. E como toda mentira, poucos admitem esse desvio.
Mas existe o outro lado. Não quero defender mentirosos. Quero apenas refletir e entender os motivos de quem quer se mostrar diferente do que é.
No Instagram vivemos no “show do intervalo”. Aqui só entra o material editado, os “melhores momentos” das 24 horas que vivemos. E o público das redes sociais julga de olho na quantidade de seguidores.
Ou seja, não adianta você ser f*da no que faz. Não adianta entregar no prazo. Não adianta cobrar um valor justo. Não adianta ter um histórico maravilhoso.
O que vale, pra maioria, é saber quantas pessoas te seguem.
“Tem 20 mil? Nossa, é conhecido, deve ser bom.”
“Tem 500 seguidores? Nossa, deve ser um m*rda.”
É assim e não estou contando nenhuma novidade. Já ouvi relatos de médicas que trabalham com a gente aqui na Claricear Filmes sobre isso.
Os pacientes escolhem o profissional pela quantidade de seguidores. É mole?
Existem códigos que usamos há anos que servem para influenciar decisões.
Assinar um contrato milionário com caneta Montblanc faz muita diferença para alguns.
O corretor de imóveis de luxo não pode chegar de Renault Kwid na visitação. Os exemplos são muitos.
Estamos o tempo todo sendo torturados pelos códigos sociais. E contamos mentirinhas que, no fundo, sabemos que não deveriam fazer parte de nós.
Não deveriam, mas fazem.
Comprar seguidores no Instagram não seria só mais uma mentirinha com boas intenções?