O mundo, aos poucos, tenta voltar ao normal.
O comércio abrindo, os esportistas voltando aos treinos, os trabalhadores chegando nas fábricas e assim por diante. Mas dizem que tudo que é bom dura pouco. No Brasil essa máxima é potencializada sei lá quantas vezes.
Primeiro que aqui morre cada vez mais gente. Gente, pessoas. É um pai, uma mãe, um vizinho. Mas poucos se importam com isso. Ia morrer mesmo, né?
Mesmo vivendo no caos, miramos a Europa, a China. E mesmo não resolvendo os problemas daqui, ficamos esperançosos de ver que, por lá, as coisas começam a voltar ao normal.
É aí que alguém entra em cena e nos joga um balde de água fria.

Ouvi ontem: em Wuhan, onde começou o problema do coronavírus, foram registrados novos casos. É uma “segunda onda” da doença, segundo os especialistas.
Já reparou que é sempre assim?
É claro que não duvido da notícia, mas é impressionante como é quase impossível ter um dia inteiro de paz no meio desse caos.
Semana passada vi uma matéria muito bonita na televisão. Falava sobre a criação de uma vacina para a Covid-19, do trabalho dos cientistas, de como é o processo e das várias possibilidades que temos. Mas aí veio a machadada, bem no final: vacina só ano que vem.
Estamos em maio. Começo de maio.
O tempo, que parece correr cada vez mais rápido, muda sua velocidade conforme suas preferências. É sempre assim quando a gente quer muito alguma coisa.
Quem joga ou gosta de futebol entende do que estou falando. É como se você tivesse que fazer um gol, está desesperado, e o jogador do time adversário cai no chão toda hora. O tempo passa voando, pelo menos pra você.
Pra quem está no chão torcendo pelo fim, dura uma eternidade. O mesmo jogo, o mesmo tempo.
Pior que nem podemos negar que estamos no meio de um jogo.
Existem lados, atores, personagens políticos que não conseguem sentar na mesma mesa para jogar o jogo com lealdade. É só chute na canela, o tempo todo. Não escondem as trapaças, não chutam por baixo da mesa. Fazem tudo na frente de todos. Se bobear a toalha de mesa vira arma, assim como as cadeiras.
É feio falar palavrão, minha mãe sempre me advertiu sobre isso, mas não tem outra expressão que represente o estado atual das coisas: estamos fodidos e mal pagos. Quando é que tudo isso vai acabar?
Realmente vivemos um turbilhão de emoções em nossa mente, nossos corações se enchem de esperança com notícias de esperança, é a vacina, é a curva descendente, é o mundo voltando ao normal, mas não se empolgue, vivemos no Brasil e aqui estamos segundo especialistas a caminho do caos.
Ou seja continuamos fudidos.
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